quinta-feira, 11 de março de 2021

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Raquel Lima - Holistica Berlin

segunda-feira, 8 de abril de 2013

À Nina

Dia 1º de janeiro deste ano virei ovo-lavto-vegetariana porque sempre me pareceu crueldade o que faziam com os animais, mas nunca soube, na verdade, o q era se importar realmente com um animal, já que nunca tinha tido um por perto; no dia 4 de janeiro a noite, Esteban encontrou a Nina na rua, com aproximadamente 1 mês, desnutrida e com uma gripe que estava a ponto de matá-la e a trouxe pra casa.

Sempre quis ter um gatinho, sempre tive medo de cachorros, mas era louca por gatos sem nunca ter tido um. Apesar de tudo, achava que não era o momento para acolhermos a um animalzinho, já que a situação aqui na Espanha está complicada e não sabemos por quanto tempo ficaremos aqui, nem para onde iremos. Deu igual, passado o fim de semana de um super feriado prolongado na Espanha, tentando encontrar um veterinário pra levar aquela gata, tão pequenininha e a princípio tão arisca, já tinha me afeiçoado.

No dia 8, terça-feira, finalmente, conseguimos consulta no hospital veterinário da Universidade Complutense. Enquanto esperávamos pra sermos atendidos, Nina respirava tão mal por conta da gripe que em algum momento, pensávamos que tinha morrido, pois não víamos nenhum movimento e foi aí que vi o quanto já me preocupava e o quanto aquela gatinha (que até então nem sabíamos se era macho ou fêmea) já tinha me conquistado.

Agora, Nina está curada, super saudável, já tomou suas vacinas, não tem mais nada de arisca, é super carinhosa, minha companheira que passa todo o dia atrás de mim e sei que pra onde quer que a gente vá, nos próximos meses ou anos, ela estará com a gente.

Escrevi tudo isso porque acabo de encontrar com o vizinho do apartamento ao lado no elevador. Não tenho idéia do nome do vizinho, nem do que faz, nem nada, mas era o vizinho dono do Homer, um labrador enorme, bege, cara de velhinho, simpático que se tirava no chão com a barriga pra cima pra quem fosse, pedindo carinho. Eu e o vizinho só nos reconhecemos quando vimos que os 2 iam pro quarto andar. Ele falou "ah! você é a menina do apartamento ao lado" e eu falei "e você é o dono do Homer". Daí ele me comentou que o Homer morreu. Faz duas semanas, tiveram que sacrificá-lo. Eu nunca convivi com o Homer, devo ter feito carinho nele uma única vez porque, quem me conhece, sabe que realmente tenho pavor a cachorro, mas doeu em mim. Entrei em casa com os olhos cheios d'água e pensei no terrível que seria perder a minha Nina e pensei também no quanto mudei em relação à minha empatia com os animais e seus donos.

Sempre me pareceram tontas estas pessoas que se referem aos seus animais como se fossem seus filhos e nunca tinha me comovido de verdade quando alguém me contava que seu animalzinho tinha morrido. Agora estou eu aqui, com tanto amor pela Nina, que saio de casa por uma tarde inteira e já estou louca de vontade de voltar para estar com ela. Já receosa das 3 semanas que passarei no Brasil em Junho sem ela.

Creio que os deuses, orixás, meu guias ou quem esteja me olhando e tentando me indicar por onde seguir, puseram esta querida pedrinha no meu caminho (com um namorido que trabalha com pedras, não preciso dizer o qt esta metáfora é carinhosa, né?!) para que eu me tornasse uma pessoa melhor e adquirisse um tipo de sensibilidade que nunca havia despertado em mim. Me ensinou o que é ter amor por um animal. Talvez não seria uma vegetariana realmente sincera de sentimentos se Nina não tivesse aparecido na minha vida. Obrigada!





 

domingo, 8 de janeiro de 2012

Dúvida

Às vezes penso em voltar pro Brasil logo (que saudades tenho daí!), lembro dos amigos, da família, da minha praia, do sol, da alegria, do samba, da Lapa,... mas aí leio notícias como essas:
http://oglobo.globo.com/serra/a-chuva-passa-mas-lama-fica-3594631

COMO??? COMO CONSEGUEM SE APROVEITAR DE SITUAÇÕES ASSIM PRA ENRIQUECER?? COMO??? COMO IGNORAM MILHARES DE CASOS COMO ESTE:
http://oglobo.globo.com/serra/moradora-de-teresopolis-que-perdeu-4-filhos-na-tragedia-da-serra-sera-mae-novamente-3594579

Daí penso que aqui, pelo menos, o genro do rei está aparecendo em todos os jornais sendo investigado pela corrupçao. A saúde pública aqui é uma droga e tenho que esperar meses também pela consulta com o ginecologista, mas no final tb sou atendida em um hospital em boas condiçoes, sem gente morrendo esperando nos corredores dias e dias pra que alguém lhes dê atençao. Na Espanha, bem ou mal, paga plano de saúde quem quer, não é algo praticamente obrigatório, como no Brasil (para os que podem pagar, é claro!). Aqui, vivo num dos melhores bairros de Madrid, num apartamentinho alugado, todo reformado, com varandinha e piscina no condomínio, tudo isso com meu salário mínimo junto ao que tira Esteban na venda de suas criaçoes aos Domingos na feira do Rastro. Ah! e recebo ajuda do governo!! eu!! q nem espanhola sou!! Mas, como portuguesa (ou melhor, cidadã da União européia, q tb sou), com menos de 30 anos, desde maio tenho uma ajuda pro aluguel. Já fui ao Marrocos e à Inglaterra, além de ter feito vários passeiozinhos pela Espanha. O transporte público funciona! E como funciona! Ah! e melhor, vou e volto caminhando todos os dias ao meu trabalho! As escolas públicas aqui tb estão todas sendo obrigadas a implantar aos poucos sistema bilingue de educação espanhol-inglês. E isso tudo, vejamos bem, com o país passando por uma grande crise econômica!!!

Daí, volta a dúvida sempre: valerá a pena voltar pro Brasil dentro de uns anos??? Eu espero que sim...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Li esta manchete hoje no Yahoo, "ONU contabiliza 57 milhões de homens a mais do que mulheres no mundo" , e pensei "Aonde estão estes homens então???". Daí resolvi ler a reportagem http://br.noticias.yahoo.com/s/20102010/48/manchetes-onu-contabiliza-57-milhoes-homens.html , pois é... acho que vou pra China ou pra Índia... Tô nos lugares errados, nada de Brasil ou Espanha!!1 ;o)


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Comer, Rezar e Amar

Tenho dois posts aqui que comecei a escrever e nao terminei e, pelo menos, mais uns três que ainda não saíram para o papel (ou para a tela do computador). Sao tantas idéias que me perco nos pensamentos.

Mas, hoje, voltando do cinema, após assistir "Comer, rezar e amar" decidi que não queria escrever nenhum dos posts previamente pensados, mas que precisava falar de mim.

Meu pai tinha me dito "Raquel, este filme é a sua cara". Sim, é a minha cara e a de muitos. Com certeza vários se identificaram com algum trecho e pararam para refletir sobre algo em suas vidas. Eu aqui, como só sei de mim, lhes conto o meu filme particular.

Como Elizabeth, eu decidi libertarme do muito que eu tinha e partir para o nada. Alguns podem pensar "que muito, se vc nao tinha nada?", mas eu tinha tudo... família e amigos ao meu lado, comidinha da mamae, uma casa confortável com um quarto todo decorado à minha maneira, nenhuma preocupação de contas à pagar, roupa passada, casa super limpa,... e eu decidi largar tudo pra me encontrar. Às vezes a gente precisa sair da nossa ilha...

Madrid é qual parte? A de comer, rezar ou de amar? Não sei, talvez as três se encontrem aqui ou quiçá ainda encontre coisas em novos ou antigos, mas futuros lugares. Quem sabe não existe até uma quarta ou quinta parte? É importante cada um escrever o seu livro.

Definitivamente, tenho crescido e aprendido neste quase 1 ano, o que pouco aprendi nos outros 25.

Uma das coisas mais importantes que descobri é que, às vezes, o pouco que se sabe é muito para quem não sabe nada e que, com este pouco, você pode ajudar muita gente. Também me revelei uma ótima dona de casa, algo ao qual sempre tive aversão, mas mostra-se essencial pra qualquer homem ou mulher que queira ser de verdade independente. Cozinhar já não me dá mais medos e me traz muitos elogios. Percebi o quanto é importante tomar cuidado com pessoas e selecionar bem à quem entregar sua verdadeira amizade (mas ainda me mantenho com os 2 pés na frente e, se necessito, ponho um pé atrás; espero NUNCA precisar começar sempre com um pé atrás, para depois lançá-lo à frente). Ainda estou tentando lidar com as diferenças culturais, só que isso sem dúvidas é um novo aprendizado a cada dia, com cada pessoa que se conhece ou cada lugar que se visita. Lembro-me das classes de antropologia na faculdade (estudos sócio-economicos 3) em que o professor dizia que devíamos olhar para uma cultura sem julgá-la comparando com a sua, isso me parece tarefa quase impossível, pois se a todo momento julgamos cada indivíduo, imagina quando vivemos diante de um grupo. Mas tento me lembrar sempre destas aulas depois de cada crítica...

Aprendi a COMER, definitivamente! A quem pensa que eu voltei com a carne vermelha, pode esquecer, mas sem dúvidas aumentei meu cardápio, mas de maneira saudável e sem matar mais animais! Minha mãe sem dúvidas lembra que eu não gostava de brócolis, que hoje em dia acho que é meu prato preferido (ao menos, como a Alice me ensinou a prepará-lo), berinjela sempre tem aqui em casa também. Mel, pelo menos, uma vez ao dia entra na minha dieta e não pode faltar de jeito nenhum! Pão integral que eu sempre odiei, cereais, granola, biscoitos de aveia, abacate e muitas outras coisas! Ah, mas é claro, o chocolate continua a ser diário.

REZAR... nos meus últimos meses de Brasil, minha espiritualidade e minhas crenças, mudaram muito e começavam a crescer quando vim pra cá. Hoje, em minhas meditações diárias ao acordar, a cada dia tenho esta minha espiritualidade mais forte e se manifestando mais. E graças aos deuses, deusas, meus guias ou ao que cada um quiser dar um nome (o importante é esta energia positiva que me dá forças) consigo cada dia seguir neste meu caminho e nesta minha busca de algo ainda indecifrável, mas que irei encontrar para chegar no meu equilíbrio. Um dia, caminhando no centro da cidade do Rio, um rapaz pouco mais velho que eu, que atravessava a rua ao meu lado virou pra mim e me disse "nossa, preciso dizer que você tem uma luz muito bonita" e eu, claro, como cada um de vocês deve ter pensado ao ler isso, sorri, mas também imaginei "ai... a esta hora, neste calor, atravessando a rua no centro, alguém dando em cima de mim, não dá!" e ele lê meus pensamentos "nao estou dando em cima de você nao, só realmente precisava mesmo te dizer isso" e também sorrindo foi embora. Hoje eu vou entendendo melhor estar luz, esta energia e espero poder levá-la a outros. Gracias também a minha avó, a melhor pessoa que já conheci, e que há uns 2 anos, mais ou menos, me orientou em tudo isso.

AMAR... bem, também como a Liz do filme, primeiro preciso esquecer o que está em meu coração. Coisa difícil... é o que falta pro meu equilíbrio. E quando me equilibrar, ojalá, me desequilibre novamente.

Cada dia é uma conquista, cada dia sei mais sobre mim, cada dia descubro um novo ponto forte meu e, acompanhado, um ponto fraco; nestes, tenho procurado trabalhar firmemente. Dou mais valor à cada pessoa e, principalmente, à minha família, que sem eles não seria quem sou. À cada pessoa que ultimamente tem me agradecido por alguma ajuda ou simples palavra que dei, que primeiro, agradeça à minha família. Sabe, uma vez, após um período de discussões com meus pais, porque pra eles era muito difícil aceitar algumas das minhas decisões, aparentemente, loucas e sonhadoras (mas que pra mim sempre foram o meu chão), comecei a conversar com um sábio velhinho e comentei "não sei porque nasci numa família tão diferente de mim, é muito difícil" e ele me respondeu "quando a gente nasce num meio tão diferente da gente, é exatamente porque nesta vida, nós precisamos aprender a aceitar e, principalmente, compreender as diferenças". E aquela simples resposta fez todo o sentido pra mim e hoje eu vou tentando aprender com esta divergência de opiniões entre a minha família e eu, tentando tirar o melhor de cada coisa que me dizem e, não tenho dúvidas, que eles também tem aprendido imensamente a respeitar os, aparentemente, loucos sonhos desta filha.

E ainda estou comendo, e ainda estou rezando, e ainda estou amando... mas eu chego lá! =)